Lula fará reunião com governadores para discutir PEC da Segurança

Equipe do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, elaborou proposta que está sob análise na Casa Civil

Encontro está previsto para quinta-feira (31/10), e discutirá proposta para aumentar a competência do governo federal na segurança pública

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prepara uma reunião com todos os governadores nesta quinta-feira (31/10) para discutir o novo plano para a segurança pública. O encontro está previsto na agenda do presidente, mas ainda não foi confirmado oficialmente.

Conhecido como PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Segurança, o texto foi desenhado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e prevê aumentar a participação do federal no setor, que hoje é de competência dos governos estaduais. 

A proposta é incluir na Constituição o Sistema Único de Segurança Pública (Susp), e permitir que a gestão federal crie diretrizes gerais que deverão ser seguidas por todos os estados e municípios, tanto para a segurança quanto para o sistema prisional.

Resistência de parte dos governadores

Além disso, a medida aumenta as competências da Polícia Federal no combate ao crime organizado e permite a atuação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no patrulhamento ostensivo.

Porém, o governo federal prevê resistência de parte dos governadores. Por isso Lula decidiu convocá-los para o encontro, que foi anunciado meses atrás, mas só deve ocorrer apenas nesta semana. O presidente se comprometeu ainda em não fazer mudanças sem autorização dos estados.

ENTENDA:

Está sendo desenhada no governo federal uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que pretende reformular de maneira relevante a estrutura e organização da segurança pública no país. Na prática, a iniciativa pretende dar mais poder ao Executivo nessa área. O tema é um dos que levantam grande interesse da população, impactam diretamente na popularidade do presidente e de seus ministros e atingem todas as classes sociais, do país, especialmente as mais pobres.

No modelo que está sendo desenvolvido no ministério, a proposta é de que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Polícia Federal ganhem mais influência e poder para atuar nas ruas e participação nas ações de segurança nos estados.

 A principal alteração se refere à PRF, que deixaria de ser uma corporação com atuação exclusivamente rodoviária e passaria a ser a Polícia Ostensiva Federal. Seria uma força com atribuições semelhantes às que tem a Polícia Militar, mas nesse caso, podendo atuar em todo o país, inclusive sendo convocada pelos governadores em situações de crise ou de operações especiais.

Com isso, o governo federal poderia reforçar ações em locais específicos, ampliar o efetivo, em razão do aumento de atribuições e deter mais poder para combater crimes comuns, como assaltos, crimes contra a vida e contra o patrimônio, que acabam respingando no governo federal quando aumentam, mesmo sendo de atribuição das forças policiais nos estados.

O texto foi editado no Ministério da Justiça, pelo ministro Ricardo Lewandowski e sua equipe. Mas, já está na Casa Civil para a realização de ajustes finais na proposta. Nesta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai se reunir com o ministro Lewandowski para tratar do assunto. O Ministério da Justiça informou que o texto da medida não traz alterações na estrutura e organização da Polícia Militar e na Polícia Civil.

FONTE: CORREIO BRASILIENSE

FOTO: ISAAC AMORIM/MJSP)

Related posts

Personalidade, reflexões e ensinamentos do Papa Francisco por Frei Jorge Rocha

INSS: seis milhões de aposentados e pensionistas foram lesados com esquema de descontos indevidos

World Creativity Day movimenta Feira de Santana com oficinas, arte e inovação