O Janeiro Branco é uma campanha de conscientização sobre saúde mental que acontece durante todo o mês de janeiro, com o objetivo de promover discussões e reflexões sobre o bem-estar emocional, além de conscientizar a população sobre a importância deste tema.
O programa Bom Dia Feira, transmitido pela Rádio Princesa fm, entrevistou o coordenador do Programa de Saúde Mental do Município, Joadson Andrade.
“O Janeiro Branco é um mês atípico para a saúde. O Janeiro Branco nada mais é do que um mês em que começamos a efetivar aquelas idealizações, aqueles sonhos que foram propostos, aquelas promessas de dezembro. Então, temos tudo para começar o ano com pedido e começar a consolidar os projetos. Por isso, é um tema tão importante para todos nós”, disse o coordenador.
Joadson falou sobre o programa de saúde mental do município e como as pessoas podem ter acesso aos serviços:
“Temos uma rede de atenção à saúde mental composta por cinco unidades de CAPS. Dois CAPS funcionam de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h. Temos um CAPS infantil, que atende o público de pessoas menores de 18 anos com transtornos mentais, e um CAPS Álcool e Drogas, que atende pessoas com transtornos mentais devido ao uso de substâncias psicoativas. Além disso, temos um ambulatório, que é o mais novo equipamento implementado, e atende pessoas com transtornos leves e moderados.”
O coordenador explicou a importância da rede de atenção à saúde mental:
“Não podemos esquecer que nossa rede de atenção à saúde tem como pilar importante a rede primária, que são os postos de saúde, a porta de entrada do SUS. Eles atendem também pessoas com transtornos leves. Toda e qualquer necessidade inicialmente é vista pela atenção básica e, a partir daí, a pessoa é encaminhada para o atendimento especializado.”
Joadson acrescentou que a rede é formada por médicos psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais e psicopedagogos.
“Nossa intenção é potencializar o tratamento, de modo que o tratamento medicamentoso seja coadjuvante. Temos atividades em grupo, salas de espera e oficinas, que visam garantir que a pessoa consiga estabelecer melhor suas relações pessoais e profissionais, e dependa cada vez menos da medicação.”
Sobre a demanda, o coordenador comentou:
“Tivemos um aumento considerável no número de pessoas em busca de atendimento. Paralelamente, tivemos um grande número de transtornos leves que podem ser tratados na atenção básica, sem a necessidade de tratamento medicamentoso.”
O coordenador também destacou a importância do apoio familiar durante o tratamento e como esses familiares também são assistidos. Ele falou sobre a divulgação do Janeiro Branco:
“Aproveitamos este momento, essa temática, para falar sobre promoção e prevenção. Sensibilizamos todos os serviços possíveis. Falar sobre o Janeiro Branco em uma empresa, por exemplo, onde pode-se promover atividades, como iniciar o dia com uma atividade de relaxamento corporal, ou trabalhar práticas importantes como a importância de fazer atividades físicas. Tudo isso visa promover a saúde mental. Nosso objetivo é que essa campanha vá além, ultrapassando os muros das unidades de saúde e alcançando outros serviços, como a educação e as empresas.”
Joadson também falou sobre o aumento das buscas por atendimentos:
“Vale destacar que a busca por atendimento psiquiátrico tem crescido muito. Os CAPS têm atendido uma grande demanda. E a cada vez que levantamos uma temática sobre saúde ou doença mental, sentimos o reflexo nas unidades.”
Quando questionado sobre as pessoas que buscam outros meios de tratamento, o coordenador respondeu:
“O que percebo é que existe um fator que não podemos deixar de considerar, que é a banalização do conceito de doença mental e transtornos mentais. Hoje, o acesso à internet está disponível para todos. As pessoas vivem aquela rotina monótona de trabalho, e quando chega na quinta-feira, pensam: ‘vou tomar uma cerveja, estou meio depressivo hoje, vou relaxar’. Então, existe uma concepção muitas vezes equivocada. As pessoas vão ao Google, buscam os sintomas e já se autodiagnosticam com depressão.”
Sobre atendimentos e agendamentos, o coordenador explicou que não há agendamento:
“O CAPS é a porta de entrada. Qualquer pessoa que sentir necessidade de atendimento será acolhida por um profissional que estará de prontidão para ouvi-la e, se necessário, encaminhá-la para uma unidade especializada”, finalizou.
Foto divulgação YouTube
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