Gordura no fígado é uma doença silenciosa, adverte hepatologista

Karina ressaltou que a gordura no fígado é uma doença frequente e que sempre deve haver investigação e avaliação para que o paciente seja tratado, já que alguns casos podem evoluir até o óbito

Em entrevista ao Programa Dia a Dia News, que vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 13h às 14h, pela Rádio Sociedade, a gastro-hepatologista Dra. Karina Souza Ferreira Maia esclareceu mitos e verdades sobre a Esteatose Hepática (gordura no fígado).

Sobre o percentual de pessoas diagnosticadas com gordura no fígado em Feira de Santana, Dra. Karina afirma que a tendência é que a cidade siga os mesmos índices observados no nível nacional, ou seja, cerca de 25% a 30% da população brasileira pode ser afetada por essa condição.
A produção do programa elencou um número alto de perguntas que foram respondidas pela hepatologista. Entre elas o esclarecimento do que é realmente é Esteatose Hepática.
“A Esteatose Hepática é comumente conhecida como gordura no fígado. Isso acontece quando há um acúmulo de gordura nesse órgão. Não é normal esse acúmulo extra de gordura no fígado. Quando isso acontece, pode gerar uma doença que pode evoluir para formas mais graves. A gordura no fígado pode ser uma doença benigna, ou seja, ela pode não evoluir para formas graves, mas também pode evoluir.”
A doutora Karina aproveitou a oportunidade para alertar a população sobre a doença: “É importante que a população tenha consciência de que, hoje, a gordura no fígado é a principal causa de fibrose no mundo inteiro. Ela pode ser uma doença benigna, mas, em alguns casos, pode evoluir para formas graves, como a cirrose e até o câncer de fígado.”

A doutora falou sobre a evolução e os graus da doença: “O acúmulo de gordura no fígado pode ser medido e graduado por ultrassonografia ou outros métodos de imagem, como ressonância magnética ou tomografia. Porém, utilizamos comumente a ultrassonografia, pois é um exame mais acessível à nossa população. A gordura no fígado pode ser classificada em três graus: I – quando é um acúmulo pequeno, leve e discreto; II – um acúmulo moderado; III – um acúmulo intenso e severo. E, quando isso acontece, pode gerar uma doença que pode evoluir para formas mais graves.”

Sobre o grau III da doença, Karina explicou: “É um acúmulo grande de gordura no fígado. Porém, além do maior acúmulo de gordura, esse não é o único fator que define a gravidade da doença. O principal fator é se a gordura induz inflamação e fibrose. Para a população entender, a fibrose é como se fosse uma cicatriz no fígado, uma tentativa do órgão de controlar o processo inflamatório. Isso gera fibrose, que torna o fígado mais enrijecido, mais duro e rígido. Com o aumento da fibrose, o paciente pode desenvolver cirrose se não for tratado.”
Karina ressaltou que a gordura no fígado é uma doença frequente e que sempre deve haver investigação e avaliação para que o paciente seja tratado, já que alguns casos podem evoluir até o óbito.

Questionada sobre a existência de uma idade específica para a Esteatose Hepática, Dra. Karina explicou que qualquer pessoa pode desenvolver gordura no fígado, e que o que define o risco são os fatores cardiometabólicos.
Karina mencionou que a Esteatose Hepática é uma doença silenciosa que, para o diagnóstico, é necessário passar por uma avaliação médica.
Ela também listou os fatores que podem levar uma pessoa a desenvolver a Esteatose Hepática e a importância de uma dieta equilibrada e da prática de exercícios: “Estar acima do peso, ter aumento da circunferência abdominal, hipertensão, diabetes ou pré-diabetes, aumento de triglicerídeos ou HDL reduzido. A presença de um ou mais desses fatores é indicativa de risco. A dieta e a limitação de certos alimentos são extremamente importantes. Uma alimentação não saudável pode levar ao aumento de peso, ao aumento dos níveis de açúcar e gordura no sangue, favorecendo o desenvolvimento dessa doença. Portanto, manter uma alimentação equilibrada é fundamental para a prevenção.”
Sobre a forma de diagnóstico da doença, Karina falou sobre os exames necessários e destacou a importância de uma alimentação saudável, além dos medicamentos que devem ser ingeridos para o tratamento de outras doenças associadas. Ela reforçou que, independentemente do fator que tenha causado a gordura no fígado, é recomendado seguir uma dieta equilibrada e praticar exercícios físicos.
Essa entrevista completa pode ser assistida no nosso canal do YouTube: Dia.adiaba.com.br.
Fonte: Fernanda Martins Foto: Fernanda Martins

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