As médicas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que possuem medidas protetivas (MPs) contra o colega peruano Luís Gonzalo Velarde Acosta, de 38 anos, afirmam que ele não cumpre as restrições impostas pela Justiça. Três das oito vítimas que denunciam o médico conseguiram MPs.
Conforme definido judicialmente, Luís Gonzalo deve se manter afastado das mulheres, está proibido de manter contato com elas e não deve se aproximar fisicamente das vítimas ou dos parentes delas. Mas o suspeito estaria desobedecendo todas essas regras.
Relatos colhidos com exclusividade pela repórter Adriana Oliveira, da TV Bahia, indicam que o médico insistia em ligar para as vítimas, tentava pegar plantões junto com elas e as intimidava, entre outras coisas.
A defesa dele disse inicialmente que só tem conhecimento da denúncia de uma ex-companheira do cliente e afirmou que os relatos são mentirosos, feitos para manchar a imagem de Luís Gonzalo. Desde dezembro, Luís Gonzalo está afastado das atividades no Samu.
“Ele tentou me ligar várias vezes. Eu não atendi, achei que estava livre dele, até que meu telefone toca com o número de meu pai, obviamente atendi e era ele do outro lado da linha, dizendo que eu sabia do que ele era capaz de fazer, então eu deveria dizer onde estava”, contou uma das médicas.
Ela disse que, por medo, revelou o hotel onde estava. Luís Gonzalo, então, teria chegado ao local “quebrando tudo” e impedindo que ela chamasse socorro. “Foi meu maior pesadelo”, resumiu.
Outra vítima ressaltou que temia pela própria vida diante das constantes violências. De acordo com a médica, em uma determinada situação, o suspeito foi de uma unidade de trabalho a outra só para coagi-la.
“O que eu percebo a cada dia é que vai precisar que alguma mulher seja morta pra que alguma atitude cabível seja tomada porque, assim, eu já deixei de viver”.
Vale ressaltar que o descumprimento de medidas protetivas consiste em um novo crime. Quando ocorrem situações do tipo, as vítimas devem — dentro do possível — acionar a polícia, que poderá efetivar a prisão em flagrante. A autoridade policial pode ainda ingressar com pedido de prisão preventiva à Justiça.
Fonte: G1 Bahia Foto divulgação