Incêndio na Lagoa de Berreca; Diretor do Meio Ambiente fala sobre causas e medidas de prevenção

Fotos do crime de ontem, 19/02/25, incêndio na lagoa.

Nesta quarta-feira (19), um grande incêndio atingiu a vegetação da Lagoa de Berreca, localizada na região do bairro Jardim Brasil. Em entrevista para o programa Dia a Dia News, o Diretor do Departamento de Planejamento e Educação Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Naturais, João Dias, falou sobre o incêndio e as possíveis causas.

João Dias, junto com a secretária do Meio Ambiente, Jaciara Costa, esteve no local, onde foi constatado o descarte irregular de lixo, com moradores colocando fogo, o que ocasionou o incêndio.

“Como as macrófitas aquáticas estão com a parte de baixo seca e o nível da lagoa está baixo, o fogo acelerou e se alastrou por grande parte da lagoa. Mas vale salientar que foi apenas um trecho da Lagoa de Berreca, não foi toda a lagoa”, ressaltou Dias.

O ambientalista falou sobre a fiscalização feita para evitar esses incêndios e destacou que a sociedade como um todo precisa ter consciência de que todas as ações contra o meio ambiente retornam como represálias para o município e o próprio meio ambiente. “Temos muita dificuldade para fiscalizar todo o município. Só na sede, na área urbana e hiperurbana, temos 30 lagoas. Mesmo com o município em parceria, sem ajuda da população e das instituições privadas, é difícil manter a fiscalização”, disse.

Dias alertou a população sobre a importância das lagoas para a refrigeração natural do clima, pedindo para que não coloquem fogo nelas e denunciem caso observem alguém fazendo isso de maneira irregular.

Lagoa de Berreca

João falou sobre as medidas que serão tomadas na Lagoa de Berreca:

“A SESP vai fazer a limpeza e colocar, através da empresa contratada, uma cerca com um portão para dificultar o acesso das pessoas para descarte de lixo. Vamos fazer uma reunião e esperamos contar com a presença do prefeito e dos representantes dos condomínios para evitar o descarte de lixo nas lagoas. Além disso, será colocada uma câmera para identificar a placa de veículos que possivelmente vão lá para fazer o descarte, e vamos monitorar a Lagoa de Berreca em tempo real”, afirmou.

Sobre a situação das outras lagoas em Feira de Santana, João afirmou que o município está tomando providências e fazendo um levantamento para identificar as áreas mais suscetíveis a problemas.

“Vamos colocar placas com o valor da multa e, com o sistema de monitoramento, as pessoas serão multadas”, acrescentou.

João ressaltou o trabalho de educação ambiental que tem sido realizado com os carroceiros, mantendo o diálogo para encontrar uma forma de evitar que eles retirem lixo das casas e joguem em áreas públicas ou privadas.

Questionado sobre a revitalização das lagoas, o Diretor do Departamento de Planejamento e Educação Ambiental explicou que à revitalização das lagoas de Feira, há lagoas menores, como a Lagoa da entrada de Tiquaruçu, que é a Fonte do Chalé, que demanda poucos recursos para revitalização. No entanto, a Lagoa Salgada da Noide, que tem aproximadamente sete quilômetros de contorno, e a Lagoa de Berreca, que é uma das maiores da cidade, exigem investimentos entre 60 e 80 milhões para recuperação.

“Quando se pensa na revitalização da Berreca, que é muito cobrada pela cidade, e tem que ser mesmo, o município também deseja isso, mas demanda 80 milhões. Não temos esse dinheiro, então existe a vontade do nosso prefeito, Zé Ronaldo, de requalificar a Berreca. Possivelmente, ele deve entrar em contato com a Embasa para ver a contrapartida da empresa e também buscar recursos federais, pois não temos recursos locais para requalificar as grandes lagoas”, finalizou.

Escrita pela estagiária Fernanda Martins, com informações de Miro Nascimento Foto:João Dias

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