Picadas de cobras: quais os riscos e tratamentos em casos de acidentes ofídicos em Feira de Santana

"O HGCA é o único hospital da cidade e região que tem o soro antiofídico disponível e o atendimento 24 horas."

Em entrevista ao programa Dia a Dia News desta terça-feira, a Dra Ângela Carvalho, coordenadora da Vigilância Epidemiológica do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), falou sobre acidentes com cobras, quais os riscos e cuidados a serem adotados nesses casos.

A zona rural registra maior número de acidentes ofídicos do que a zona urbana. Numa lista de cobras que mais picam os humanos, a especialista apontou que os acidentes ocorrem com maior incidência com cobras jararacas, seguidos das cascavéis e com menor frequência acontecem com cobras corais. Porém, existem regiões com mais de um tipo de cobra em função da fauna, da flora e do clima do lugar, destacou Ângela.

“Do lado de Santa Bárbara, Serrinha, aquela redondeza, é um tipo de cobra. Vindo do lado de São Gonçalo, já é um outro tipo. Vindo para Irará, já é outro tipo de cobra.”

Além da variedade de cobras, Ângela Carvalho destacou que existem diferentes tipos de venenos e diferentes sintomas associados a cada tipo, destacando os seguintes:

Veneno da jararaca: muda de acordo com a idade e os principais sintomas após a picada são dor e inchaço no local da picada, pode haver sangramento no local da picada e em outros locais como gengiva e nariz.

Veneno da cascavel: é neurotóxico e causa, dentre outros sintomas, pouca dor, dificuldade em abrir os olhos, visão dupla (cara de bêbado), dores no corpo e urina avermelhada (devido a possível sangramento)

Veneno da coral: também é um veneno neurotóxico e causa pouca dor, dificuldade em abrir os olhos, visão dupla (cara de bêbado), pode ocorrer falta de ar e dificuldade de engolir.

Veneno da surucucu: causa dor e inchaço no local da picada, pode haver sangramento no local da picada e em outros locais como gengiva e nariz. Também pode ocorrer diarréia, dor abdominal, diminuição da frequência cardíaca e da pressão arterial.

Em casos de acidentes com cobras (e com outros animais peçonhentos) é de fundamental importância a procura urgente pelo atendimento médico e não recomendado o uso de receitas caseiras como a aplicação de café ou álcool no local da picada.

A coordenadora epidemiológica ressaltou que em Feira de Santana e região, o Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) é o único a oferecer atendimento nesses casos.

“O HGCA é o único hospital da cidade e região que tem o soro antiofídico disponível e atendimento 24 horas”, afirmou.

Ângela Carvalho destacou que a vítima de picada de cobra não precisa passar por nenhum outro pronto socorro (UBS, UPA, policlínica ou hospital privado). Basta que ela se dirija ao Hospital Clériston Andrade portando seu documento de identificação pessoal e o atendimento é prontamente realizado, já que “é uma prioridade por ser uma situação de urgência”, disse a especialista.

ACIDENTES COM COBRAS

Na cidade de São José do Rio Preto ( SP), o idoso José Antônio Pestana morreu após ser picado no pé por uma cobra jararaca. O corpo da vítima foi encontrado pelo sobrinho na madrugada da última sexta-feira (14). A cobra foi localizada no quintal e morta.

Segundo o biólogo e doutor em zoologia Thiago Maia Davanso, a jararaca que picou e matou o idoso de 71 anos é uma das cobras mais agressivas e altamente venenosa. Essa serpente é peçonhenta e tem toxina forte, capaz de necrosar a pele e atingir o sistema nervoso.

Fonte: G1

Escrita pela estagiária Letícia Linhares com informações de Miro Nascimento Foto: Letícia Linhares

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