A disfagia, caracterizada pela dificuldade em engolir alimentos, líquidos e até mesmo a própria saliva, costuma ser sintoma de uma doença ou ocorrer devido ao processo de envelhecimento. De acordo com a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), acomete de 16% a 22% das pessoas com idade acima dos 50 anos.
Fonoaudióloga da Clínica Florence Unidade Salvador, Jéssica Moura explica que essa condição pode ser neurogênica, ocasionada por alterações no sistema nervoso central e nervos periféricos, ou mecânica, que está associada a alterações estruturais. “Um exemplo de disfagia mecânica é quando um paciente com tumor na língua precisa retirar o órgão. A partir da remoção acontece uma mudança mecânica porque a parte neural continua íntegra, mas a muscular é completamente alterada”, esclarece.
Por conta disso, o problema tem relação tanto com quadros neurológicos, a exemplo de acidente vascular cerebral (AVC), Parkinson, esclerose lateral amiotrófica (ELA), Alzheimer, esclerose múltipla e demência vascular, como também tumores, alterações inflamatórias, câncer de cabeça e pescoço e doenças pulmonares obstrutivas.
Entre as principais complicações estão a pneumonia aspirativa, motivada pela entrada de alimento no pulmão, a desnutrição e a desidratação. “Outro agravante é o risco de asfixia, uma vez que pode ocasionar a obstrução da via aérea. Além disso, existem os impactos no aspecto social, pois a dieta do indivíduo disfágico requer adaptações e geralmente difere do que sua família consome”, afirma a profissional.
Atenção aos sinais
Mudanças no ato de engolir não devem ser subestimadas. A fonoaudióloga alerta que engasgos frequentes, tosse ao longo da deglutição (antes, durante ou depois da alimentação), sensação de alimento parado na garganta, salivação excessiva durante mastigação e perda de peso sem motivo aparente são alguns dos sinais que apontam a necessidade de avaliação e intervenção fonoaudiológica.
Em muitos casos, com o devido acompanhamento, a disfagia pode ser totalmente revertida, especialmente nos episódios leves e moderados de AVC, infecções ou lesões transitórias. Contudo, em situações graves, o foco do tratamento é controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. “O cuidado especializado ainda olha para a questão da comensalidade, que é o ato de comer com outras pessoas. Isso porque os momentos de refeição e o prazer alimentar compartilhado com familiares e amigos também são comprometidos”, ressalta Jéssica Moura.
Abordagem fonoaudiológica
Com o suporte de outras áreas da saúde, a atuação da fonoaudiologia possibilita tanto o diagnóstico da condição quanto a definição do plano terapêutico voltado para uma alimentação segura e eficiente. A abordagem inclui desde a indicação de dietas adaptadas até a execução de exercícios destinados à recuperação e fortalecimento dos músculos responsáveis pela deglutição.
“Existem ainda as terapêuticas coadjuvantes, que envolvem o uso de bandagem elástica, eletroestimulação e laser. O treino funcional da deglutição é mais uma alternativa para potencializar o tratamento e reabilitar a dieta por via oral de maneira eficiente e prazerosa, minimizando ao máximo os riscos existentes”, conclui a fonoaudióloga da Clínica Florence Unidade Salvador.
Sobre a Clínica Florence
Primeiro hospital de transição de cuidados do Norte/Nordeste a Clínica Florence foi inaugurada em 2017, em Salvador (BA), apresentando uma proposta de internação segura e especializada no atendimento de pacientes em reabilitação intensiva e cuidados paliativos de fim de vida, sendo um marco no tratamento humanizado.
Em 2021, a instituição iniciou suas operações na capital pernambucana, com capacidade para 76 leitos e seguindo os padrões de excelência reconhecidos pelas famílias que experimentaram o Jeito Florence de Cuidar e atestaram através dos indicadores de NPS (Net Promoter Score (NPS). Recentemente, a Unidade Salvador finalizou sua segunda ampliação, passando a ofertar 94 leitos para a população baiana e das regiões adjacentes.
Com uma estrutura física completa e acessível, a instituição conta com um amplo jardim que possibilita terapias ao ar livre e estímulos sensoriais, estimulando a humanização do cuidado e interações diversas entre pacientes, familiares e amigos.
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