Produtores rurais estão apreensivos com a possibilidade de novas invasões de terras na Bahia

Diante das invasões por parte dos militantes do MST a propriedades rurais em diversos estados do país, dentre eles a Bahia, a União Agro Bahia (Unagro) atua de maneira pacífica, com a participação de produtores rurais associados, para a “desinvasão” dessas terras.

O presidente da entidade, Luis Bahia Neto, no programa Dia a Dia News desta sexta-feira (28) no quadro Terra e Agro, lamentou a situação destacando a proximidade do Abril Vermelho, mês dedicado pelos militantes do MST a invasões de propriedades rurais. Ele citou as invasões ocorridas no extremo sul do estado e destacou que outras já estão acontecendo.

Esse ano eles já começaram um pouco antes, agora no mês de março, e nós tivemos aqui na Bahia já três episódios de invasão, só esse mês”.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é um movimento social que existe desde 1984 e que tem como principais objetivos a luta pela realização da reforma agrária e a democratização do acesso à terra no Brasil. Segundo Luis Bahia, quando o MST invade as terras, ” a Unagro une os produtores, em especial os produtores daquela região e de outras regiões próximas que podem se deslocar, e vão até o local para conversar com os organizadores do movimento para que eles entendam que esse ato de invasão é um ato ilegal”.

Ele reforçou a defesa das terras privadas, dizendo que o produtor rural da Bahia e o produtor rural do Brasil não são contra a reforma agrária, eles são contra a invasão ilegal de terras“.

O presidente explicou que as invasões acontecem em propriedades consideradas improdutivas do ponto de vista da agricultura e pecuária, mas lembrou as influências climáticas, como a seca, que essas atividades recebem, o que interfere na produtividade dessas propriedades. Citou também o papel do INCRA, responsável por fazer a análise das propriedades que podem ser desapropriadas, das propriedades que são produtivas ou improdutivas, mas destacou que ” os critérios do INCRA precisam ser melhores observados do ponto de vista do pertencimento, do conhecimento regional. Eles precisam ser atualizados”.

Bahia Neto finalizou salientando que as invasões não apenas causam prejuízos financeiros diretos, mas também geram um impacto emocional significativo para os produtores. Destacou também que as negociações entre a Unagro e os produtores rurais com os militantes do MST buscam sempre ser dialogadas mesmo diante da resistência dos invasores. Além de enfatizar a importância da “conscientização da sociedade e dos líderes dos governos para que essa situação não se generalize na Bahia“.

Escrita pela estagiária Letícia Linhares com informações de Miro Nascimento Foto: Divulgação

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