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Personalidade, reflexões e ensinamentos do Papa Francisco por Frei Jorge Rocha

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Diretamente de Roma, para acompanhar a despedida do Papa Francisco, Frei Jorge Rocha (OFMCAP), superintendente da Rádio Sociedade e Princesa FM- Fundação Santo Antônio, enumera 10 pontos que apontam personalidade, reflexões e ensinamentos do pontífice.

1- O desenvolvimento humano passa necessariamente por um combate à pobreza e por uma ecologia integral. Falar em desenvolvimento sustentável é contraditório, pois ‘desenvolvimento’ implica crescimento econômico, progresso, o que leva ao consumo de bens naturais. Logo, ou se desenvolve e cresce economicamente ou se busca alternativas para garantir a sustentabilidade ecológica. (Laudato Sì)

2- A guerra é uma derrota para todos. O papa alertou que as guerras em curso estão fazendo a humanidade perder “seu coração”, portanto, com a guerra não existem vencedores. Disse de modo enfático: “A guerra é um horror, a guerra ofende Deus e a humanidade, a guerra não poupa ninguém, a guerra é sempre uma derrota, uma derrota para toda a humanidade”.

3-A dignidade humana é um tema inegociável. A dignidade não pode fazer diferença de sexo, cor ou religião. Ela é ontológica.

4- O pastor deve ter o cheiro das ovelhas. Diz que o verdadeiro pastor é aquele que, tomando consciência de quem ele é, traz em si, o cheiro das ovelhas.

5- Uma das frases favoritas do Papa que é esta: “temos que derrubar muros e construir pontes” O Papa-pastor que mais rechaçaria a imagem do Papa político-diplomático, finalmente seja o Papa que consegue dar esses passos fundamentais no cenário internacional. Chamo isso de a diplomacia da fraternidade universal.

6- O Papa ensinou a realizar homilias sucintas e suculentas. A homilia não é falar sobre si, mas sobre Cristo, usando uma imagem, um sentimento e um pensamento. (Cf. EG 135-144). Disse Francisco: “como certas peças musicais, a Sagrada Escritura também tem uma nota de fundo que a acompanha do início ao fim, e esta nota é o amor de Deus, pois [a homilia] deve ajudar a transferir a Palavra de Deus do livro para a vida.”

⁠7- Vivemos em uma época de mudança ou uma mudança de época? Algumas características fundamentais dessa mudança são o pluralismo cultural, a globalização e as formas subjetivas e privatizadas de tratar questões religiosas. O Papa Francisco respirou e deu resposta a essa realidade.

8- Num evento voltado para as finanças, o “Diálogos por uma Finança Integralmente Sustentável”, o Papa Francisco disse que “o dinheiro deve servir, não governar”, referindo-se aos países que são governados por interesses financeiros, e não sociais.

9- Sinodalidade – É ter ouvidos, escutar, é o primeiro compromisso. Trata-se de ouvir a voz de Deus, perceber a sua presença. como dinamismo de escuta recíproca, conduzido em todos os níveis da Igreja, envolvendo todo o povo de Deus, na escuta do Espírito Santo. “O tema da sinodalidade não é o capítulo de um tratado de eclesiologia, muito menos uma moda, um slogan ou o novo termo a ser usado ou instrumentalizado em nossos encontros. Não! A sinodalidade expressa a natureza da Igreja, a sua forma, o seu estilo, a sua missão”.

10- Igreja em saída – Igreja em saída significa estar perto da dor do mundo inteiro; não temos que dizer palavras que vencem, mas palavras que salvam: “Vós que o sentiste pela graça, continuai a viagem, espalhai vossa alegria, continuai a dizer que a esperança não tem limites”. (David Maria Turoldo). O convite do Papa Francisco para uma “Igreja em saída” é a marca predominante do seu pontificado, que deseja ver renascer na Igreja nova experiência de fé cristã missionária, fundamentada no evangelho, de modo que a mensagem da salvação chegue realmente a todos, sem exclusão. (cf. EG)

    Fonte: Prof. Dr. Frei Jorge Rocha, OFMCAP Foto: Divulgação

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