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Pesquisa revela queda acentuada na confiança dos brasileiros no Poder Judiciário

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Uma série de levantamentos recentes realizados por institutos de pesquisa, como Datafolha, AtlasIntel e PoderData, evidencia uma queda expressiva na confiança da população brasileira no Poder Judiciário, particularmente no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Os dados sugerem um cenário de descrédito institucional, alimentado por decisões controversas, denúncias de parcialidade, excesso de protagonismo político e ausência de transparência.

Dados demonstram perda de legitimidade

Segundo pesquisa divulgada pelo Datafolha, realizada entre março e abril de 2025, apenas 18% dos brasileiros afirmam confiar muito no Judiciário, enquanto 32% dizem confiar um pouco. Outros 48% declararam não confiar, e 2% não souberam responder. A tendência de declínio na credibilidade se mantém desde 2019, com oscilações negativas mais acentuadas após decisões monocráticas polêmicas e conflitos institucionais com o Legislativo e a imprensa.

Levantamento semelhante da AtlasIntel, com amostra nacional, mostra que 62% dos entrevistados avaliam que o STF atua de forma politizada, ultrapassando os limites constitucionais da magistratura. Entre os fatores citados para essa avaliação estão:

  • Decisões judiciais com impacto direto no processo eleitoral;
  • Censura e retirada de conteúdos de redes sociais por ordem judicial;
  • Perseguição a jornalistas e veículos independentes;
  • Vínculos anteriores de ministros com partidos políticos e governos.

Impactos da politização e decisões monocráticas

O protagonismo crescente de membros do STF em temas de natureza política e legislativa é apontado como principal causa do desgaste da Corte. O uso reiterado de decisões monocráticas, especialmente em casos de repercussão nacional, compromete a percepção de imparcialidade e compromete a imagem de colegialidade e pluralidade no julgamento das ações.

Estudos realizados pela Transparência Internacional e pelo Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM) destacam que a concentração de poder em poucos ministros e a ausência de mecanismos efetivos de responsabilização disciplinar geram um ambiente institucional propício à perda de legitimidade.

Casos de corrupção e censura agravam descrédito e elevam críticas internacionais

A credibilidade do Judiciário também tem sido abalada por denúncias de corrupção envolvendo membros da magistratura, especialmente nos tribunais estaduais. A Operação Faroeste, que revelou um esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça da Bahia, exemplifica esse quadro. Segundo o Ministério Público Federal, magistrados, advogados e empresários articulavam decisões em troca de vantagens financeiras, abalando a confiança pública no sistema judicial.

Além disso, ações contra jornalistas e veículos de comunicação, como o Jornal Grande Bahia, dirigido pelo jornalista e cientista social Carlos Augusto, e o bloqueio de contas bancárias e redes sociais de grupos de imprensa como Brasil Paralelo e Jornal da Cidade Online, foram interpretados como tentativas de cercear a liberdade de expressão e intimidar o jornalismo investigativo.

A repercussão internacional desses episódios reforçou a percepção negativa. Veículos como The EconomistThe New York Times e El País denunciaram seletividade, censura e falta de transparência no Judiciário brasileiro. As críticas ampliaram o sentimento de que o sistema de justiça atua de forma parcial e corporativista, gerando uma crise de legitimidade sem precedentes.

Reações institucionais e silêncio estratégico

Apesar da deterioração da imagem pública, as instituições do Judiciário têm evitado abordar frontalmente as críticas. O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, tem reafirmado o compromisso da Corte com a democracia e negado que haja crise de confiança, baseando-se em pesquisas parciais. Entretanto, a omissão diante de casos emblemáticos de abuso de poder, corrupção e censura tem sido interpretada por especialistas como tática de blindagem corporativa, incompatível com o princípio republicano de prestação de contas.

Principais dados que apontam descredito do Poder Judiciário do Brasil

Nível de confiança dos brasileiros no Poder Judiciário

Dados com base na pesquisa do Datafolha (março-abril de 2025), destacando os níveis de confiança dos brasileiros no Poder Judiciário revela cenário de descrédito institucional.

  • Politização e decisões monocráticas no STF;
  • Casos emblemáticos de corrupção no Judiciário (como a Operação Faroeste);
  • Ações de censura contra jornalistas e veículos de imprensa.

Dados sobre perda de legitimidade

Segundo pesquisa divulgada pelo Datafolha, realizada entre março e abril de 2025:

  • 18% dos brasileiros afirmam confiar muito no Judiciário;
  • 32% dizem confiar um pouco;
  • 48% declararam não confiar;
  • 2% não souberam responder.

A tendência de queda na credibilidade se mantém desde 2019, com declínios mais acentuados após decisões monocráticas polêmicas e conflitos institucionais com o Legislativo e a imprensa.

Percepção de politização no STF

Levantamento da AtlasIntel, com amostra nacional, indica que 62% dos entrevistados avaliam que o STF atua de forma politizada, extrapolando os limites constitucionais da magistratura. Entre os principais fatores apontados estão:

  • Decisões judiciais com impacto direto no processo eleitoral;
  • Censura e retirada de conteúdos de redes sociais por ordem judicial;
  • Perseguição a jornalistas e veículos independentes;
  • Vínculos anteriores de ministros com partidos políticos e governos.

Corrupção e censura agravam o descrédito

A credibilidade do Judiciário também é afetada por denúncias de corrupção, especialmente nos tribunais estaduais. A Operação Faroeste, que revelou esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça da Bahia, exemplifica o problema. Segundo o Ministério Público Federal, magistrados, advogados e empresários negociavam decisões em troca de vantagens financeiras, comprometendo a confiança pública.

Além disso, medidas judiciais contra a liberdade de expressão têm gerado forte reação. Casos como:

  • bloqueio de contas bancárias e redes sociais de grupos de imprensa (Brasil Paralelo, Jornal da Cidade Online);
  • ações contra jornalistas e veículos independentes, como o Jornal Grande Bahia, dirigido pelo jornalista e cientista social Carlos Augusto;

foram interpretados como tentativas de intimidação ao jornalismo investigativo.

Críticas internacionais e crise de legitimidade

A repercussão internacional desses episódios reforçou a percepção negativa. Veículos como The EconomistThe New York Times e El País denunciaram seletividade, censura e falta de transparência no Judiciário brasileiro. As críticas ampliaram o sentimento de que o sistema de justiça atua de forma parcial e corporativista, gerando uma crise de legitimidade sem precedentes.

Silêncio estratégico das instituições

Apesar da deterioração da imagem pública, as instituições do Judiciário evitam enfrentar as críticas de forma direta. O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, tem reiterado o compromisso da Corte com a democracia e nega a existência de crise de confiança, com base em recortes específicos de pesquisas.

Contudo, a omissão diante de casos emblemáticos envolvendo abuso de poder, corrupção e censura tem sido interpretada por especialistas como uma estratégia de blindagem corporativa, em contradição com o princípio republicano da prestação de contas.

Fonte: Jornal Grande Bahia Foto divulgação

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