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Sílvio Dias, presidente do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais da Bahia, ressalta preocupação com o encerramento da concessão da ViaBahia.

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Sílvio Dias, presidente do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais da Bahia, falou em entrevista a Miro Nascimento, âncora do Dia a Dia News, sobre sua preocupação com o encerramento da concessão da ViaBahia.

“Passamos 15 anos com uma concessão para a empresa ViaBahia, que é amplamente reconhecida como uma das piores concessões rodoviárias do Brasil. Foram muitos problemas ao longo dos anos. No entanto, a saída da ViaBahia nos preocupa, especialmente na Polícia Rodoviária Federal, porque todos os serviços que eram prestados pela concessionária, agora, em grande parte, recairão sobre os policiais que atuam na fiscalização dos trechos das BRs 324 e 116, de Feira de Santana até a divisa com Minas Gerais.”

Segundo Dias, em situações de acidentes ou falhas veiculares, a Polícia Rodoviária Federal é sempre a primeira a prestar socorro:

“Toda a estrutura que hoje é fornecida pela ViaBahia, a partir do dia 16 de maio, passará a ser responsabilidade da Polícia Rodoviária Federal, que está visivelmente presente em vários pontos da rodovia. Como somos os únicos em campo, é natural que as pessoas nos procurem primeiro.”

Ele ressaltou que o efetivo da PRF é insuficiente. Apenas três equipes atuam na fiscalização da BR-324 e muitos dos serviços anteriormente realizados pela ViaBahia como sinalização e socorro mecânico eram complementares ao trabalho da PRF, que ficava responsável pela segurança, abordagens e atendimento a acidentes com vítimas.

“Marcamos uma reunião com o diretor do DNIT, doutor Roberto, para discutir como esses serviços serão absorvidos. A informação que temos até o momento é que houve uma audiência pública, na qual foi confirmado que o DNIT assumirá essa responsabilidade.”

Sílvio também mencionou que haverá um orçamento de R$ 500 milhões para ser administrado pelo DNIT.

“Sabemos que esse recurso será voltado à infraestrutura e recapeamento. A nossa preocupação é: como essa verba será utilizada de forma eficiente para cobrir os serviços que deixarão de ser prestados?”

Sobre os acidentes de grande porte, ele fez um alerta importante:

“Quando ocorre um acidente grave, a ViaBahia tinha autonomia para contratar rapidamente um guincho e liberar a pista por meio de terceiros. Já o serviço público não permite essa agilidade. Então, nesses casos, a pista poderá ficar interditada por muito mais tempo. Imagine isso no São João. Se já enfrentamos congestionamentos de 5 a 8 horas com a ViaBahia, o que será do nosso São João sem um plano eficiente?”

Sílvio também chamou atenção para o impacto na saúde pública, uma vez que o sistema de socorro às vítimas de acidentes passará a depender do SAMU, retirando unidades de atendimento dos municípios para deslocamento às rodovias.

Por fim, ele demonstrou preocupação com o projeto que prevê a implantação de novas praças de pedágio entre a BR-101 e Feira de Santana, além de outra na saída da cidade em direção à BR-116 Sul.

“Feira de Santana ficará ilhada. Teremos duas praças de pedágio, o que vai segregar moradores dos distritos como Humildes, Ipuaçu, Bonfim de Feira e Jaguara. Eles terão que pagar para se deslocar até o centro. Essa praça, que estão chamando de ‘Pórtico’, está com valor altíssimo.”

“Isso trará um impacto econômico negativo para a cidade e um custo elevado para quem mora nos distritos. Imagine pagar R$ 22 de pedágio apenas para vir trabalhar em Feira de Santana.” finalizou

Escrita pela estagiária Fernanda Martins, com informações de Miro Nascimento, foto divulgação

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