Depois da aprovação para o tratamento da diabetes tipo 2, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aceitou o registro do Mounjaro para o tratamento de obesidade. O medicamento, cuja substância é tirzepatida, foi liberado também como terapia para pacientes com sobrepeso na presença de pelo menos uma comorbidade.
O Mounjaro, que chegou ao Brasil pela farmacêutica Eli Lilly em maio, foi o primeiro de uma nova classe terapêutica para tratamento da obesidade. Entre as ‘canetas emagrecedoras’ que se tornaram uma febre no Brasil, ele é o único aprovado no país com capacidade para atuar nos receptores de dois hormônios incretínicos: o GIP (polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose) e o GLP-1 (peptídeo 1 semelhante ao glucagon).
De acordo com a Eli Lilly, o medicamento agora é uma opção para o tratamento do controle crônico do peso, em conjunto com a atividade física e dieta de baixa caloria, em pacientes adultos com índice de massa corpórea (IMC) maior ou igual a 30 (obesidade). Também estão incluídos pacientes com IMC maior ou igual a 27 (sobrepeso) desde que tenham pelo menos uma comorbidade associada ao peso, a exemplo de hipertensão, colesterol alto ou pré-diabetes.
“A obesidade possui mais de 200 complicações associadas, incluindo um aumento no risco de diabetes tipo 2 em 243%; doenças cardíacas coronarianas em 69%; e hipertensão em 113%. Se o cenário atual já é grave, imaginemos o impacto em 20 anos, quando segundo projeção da WOF (World Obesity Federation), 75% dos adultos brasileiros poderão ter obesidade ou sobrepeso. Sendo assim, novas opções de tratamento trazem mais oportunidades de tratamento para quem vive com obesidade e está à procura de melhores alternativas para controle de peso”, declarou o diretor sênior da área médica da Lilly do Brasil, Luiz Magno.
A aprovação de Mounjaro foi baseada nos resultados do programa Surmount, um conjunto de sete estudos clínicos de fase 3 que contou com mais de 20 mil pacientes em todo o mundo. No Surmount-1, por exemplo, que teve duração de 72 semanas e analisou 2,5 mil adultos com obesidade ou sobrepeso e uma comorbidade associada (com exceção de diabetes), aqueles que usaram a tirzepatida associada à dieta e exercício, apresentaram uma perda de peso superior quando comparado ao placebo.
Quando usada a dosagem mais alta do tratamento (15 mg), os participantes perderam, em média, 22,5%, enquanto na dose mais baixa (5 mg), perderam, em média, 16% (em comparação com 0,3% no placebo)1. Além disso, cerca de 40% dos que usaram o medicamento perderam mais de 40% do peso corporal total, em comparação a 0,3% do grupo que não recebeu. Ainda foi possível observar mudanças no colesterol e reduções na pressão arterial e na medida da cintura.
Já o estudo Surmount-5, publicado no The New England Journal of Medicine em maio, avaliou a segurança e eficácia de Mounjaro em comparação com a semaglutida, substância que é agonista apenas dos receptores de GLP-1. Os participantes tratados com a tirzepatida alcançaram uma redução média de peso de 20,2% em comparação a 13,7% com a semaglutida, em 72 semanas.
Fonte: Correios