No período de festas juninas, as complicações respiratórias, como rinite alérgica, asma, bronquite e pneumonia, podem ser agravadas pela combinação de fatores como a fumaça de fogueiras e fogos de artifício, mudanças climáticas e maior circulação de vírus.
O Dr. Ivan Júnior, pneumologista, em entrevista ao Dia a Dia News, falou sobre as complicações respiratórias durante o período junino.
O especialista destacou que, em Feira de Santana, com a chegada do frio, o número de pessoas com viroses tem aumentado. Ele alertou que, ao procurarem um pronto-socorro especialmente os idosos, é necessário redobrar os cuidados e refletir se a ida a uma UPA é realmente necessária.
“Nesse período há um aumento, principalmente porque a via aérea é muito sensível à variação de temperatura. Com essas mudanças, se você está dentro do carro ou na rua, a temperatura pode estar muito alta. Ao entrar em um local com ar-condicionado ou na sombra, a temperatura baixa rapidamente. Esse choque térmico, essa variação, inflama as vias aéreas e facilita a entrada de vírus, bactérias e outros agentes, provocando muitos problemas, principalmente infecciosos.”
Sobre a fumaça causada pelas fogueiras e os riscos para pessoas alérgicas, o Dr. Ivan comentou:
“As pessoas sofrem bastante nesse período, porque a fumaça, nesse momento de frio, de certa forma substitui a poeira do verão. Ela causa uma lesão acentuada nas vias aéreas e provoca uma quebra das defesas naturais.”
Em relação a outras doenças respiratórias, ele afirmou que, quando a pessoa tem uma irritação que desencadeia uma crise alérgica, a fumaça das fogueiras pode facilitar o aparecimento de viroses.
“Hoje a cidade está com um número razoável desses quadros virais, com vírus que são graves. Já passamos por situações preocupantes, mas, no momento, está sob controle. Principalmente se a pessoa se cuidar, tomar a vacina da gripe, especialmente os mais sensíveis, as crianças e os idosos.”
Ao falar sobre as crianças, que são mais vulneráveis aos vírus e doenças respiratórias por terem uma sensibilidade maior, ele alertou:
“Com as crianças, temos que ter muito cuidado, assim como com pessoas que têm doenças respiratórias ou que tiveram pneumonia recentemente, além dos idosos. Já os adultos entre 20 e 40 anos, se não forem fumantes, geralmente não precisam de cuidados tão intensos.”
Ele deixou alguns alertas importantes:
“Tentar se afastar da fumaça, ter um pouco mais de cuidado nos locais onde ela está presente, procurar ficar em áreas menos expostas. Além disso, tomar bastante líquido, manter-se bem hidratado. É recomendável também usar produtos que umidifiquem as vias aéreas, como fazer nebulizações ou usar soro fisiológico para lavagem nasal.”
Por fim, ele concluiu:
“Com esses cuidados mínimos, é bem possível passar por essa fase sem maiores problemas.”
Escrita pela estagiária Fernanda Martins, com informações Miro Nascimento. Foto: Fernanda Martins