“Originalidade é o que faz o São João”, afirma Del Feliz sobre presença de outros ritmos nos festejos

Del Feliz, cantor, compositor e conhecido como Embaixador do Forró e da cultura nordestina, em entrevista ao Dia a Dia News, comentou sobre as polêmicas envolvendo a presença de outros ritmos musicais, além do forró, nas comemorações dos festejos juninos.

Del descreveu sua opinião sobre o tema como “particular”, pois, segundo ele, é visto como o embaixador da cultura nordestina.

“É óbvio que há uma sensibilidade pela originalidade da festa. Eu não sou tão radical a ponto de achar que ninguém de outro estilo possa participar. A cultura não é estática, exatamente por isso o próprio Luiz Gonzaga se moldou, veio se adequando, transformando, incluindo outras coisas”, disse.

O Embaixador da Cultura Nordestina afirma que o radicalismo não é positivo, mas destaca que o que torna a festa grandiosa é justamente a sua originalidade.

“É importante que a gente não deixe de se caracterizar, porque uma coisa seria esses outros estilos adentrarem a festa nas grades numa dimensão, num peso menor e você ter ali privilegiadas as atrações forrozeiras, manter a identidade da festa, a valorização dos artistas regionais que é muito importante e a gente ter o forró sendo a identificação do que é o São João.”

Ele continua:

“Infelizmente, hoje vemos uma distorção, com algumas cidades dizendo: ‘Ah, o São João da tradição’, e apresentam uma grade que não tem um forró sequer. Onde está a tradição? É até uma contradição.”

Del enfatiza que não se trata de excluir outros estilos musicais, mas que é necessário ter responsabilidade cultural.

“O discurso usado para trazer atrações mais caras e fora do forró é de que isso traz viabilidade econômica, mas, ao meu ver, é exatamente o contrário.”

E conclui dizendo:

“O que faz a festa ter viabilidade econômica é a originalidade. Porque, se ela for descaracterizada, ninguém terá interesse. Vai virar uma festa qualquer.”

Artistas e fãs do forró tradicional frequentemente criticam a inclusão de sertanejo, música eletrônica e outros gêneros em eventos juninos, argumentando que isso descaracteriza a festa e reduz o espaço para o forró.

Escrita pela estagiária Fernanda Martins, com informações de Fernanda Martins, Foto: Fernanda Martins

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