Letícia Linhares 
Familiares e vizinhos de Ana Luiza Silva dos Santos de Jesus, estudante de 19 anos morta durante uma ação policial no bairro da Engomadeira, em Salvador, realizaram um novo protesto nesta segunda-feira (14) contra a ação da PM que terminou vitimando a universitária.
O ato ocorreu após o sepultamento de Ana Luiza, que foi enterrada vestindo o jaleco do curso de Estética que cursava no terceiro semestre. Manifestantes carregavam cartazes e balões brancos em homenagem à vítima.
“Ela estava no chão baleada igual a qualquer outro, mas era só uma estudante”, disse Cristiane Santos, amiga da jovem. O pai, Antônio Gomes, lamentou a perda da filha, que planejava abrir uma clínica para ajudar financeiramente a família. “O Estado tirou dela a chance de cuidar de nós no futuro”, afirmou.
Em novo ato truculento, a PM reagiu com bombas de efeito moral e balas de borracha para dispersar a manifestação. Em nota, a corporação afirmou que atuou para manter a ordem e acionou os bombeiros para controlar as chamas. O caso segue sob investigação.
A redação do Notícias da Bahia conversou com o senhor Antonio Gomes, pai de Ana Luiza, na manhã desta terça-feira (15), para saber se representantes do Governo do Estado entrou em contato com a família para prestar algum tipo de apoio.
Antonio informou que até o momento ninguém ligou para ele ou para um membro da família.
O governador Jerônimo Rodrigues se manifestou em um vídeo lamentando a morte da jovem e disse que determinou que a Secretaria de Segurança Pública (SSP) apure com firmeza e responsabilidade as causas da morte de Ana Luiza.
A redação do Notícias da Bahia também entrou em contato com a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos da Bahia (SJDH) para saber se a pasta ou o titular, Felipe Freitas, procuraram a família de Ana Luiza para oferecer alguma assistência.
Em nota a SJDH disse apenas que lamenta a morte da jovem e que com base nas diretrizes do Governo Lula considera câmeras no fardamento dos policiais um avanço em termos de segurança jurídica das operações. A nota ainda diz que Programa Bahia Pela Paz, que prevê medidas de apoio psicológico e socioassistencial aos jovens e às famílias das comunidades vitimadas pelo impacto da violência. No entanto, a pasta não confirmou se entrou em contato com os familiares da estudante.
Confira a nota na íntegra
“A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos – SJDH lamenta a morte da jovem Ana Luiza e se solidariza com familiares, amigos e toda a comunidade da Engomadeira. Uma tragédia como esta nos obriga, a todos, a uma profunda reflexão sobre os desafios da segurança pública, e sobre os necessários aprimoramentos nas ações policiais. Ninguém pode ficar indiferente a esse momento de dor e sofrimento. Medidas como câmeras no fardamento dos policiais; maior formação aos profissionais; e protocolos cada vez mais rigorosos de atuação; são necessários para que, casos como este, não voltem a acontecer, e para que tenhamos uma política de segurança cada vez mais eficaz no combate ao crime e comprometida com a legalidade e os direitos humanos.
O Governo da Bahia, seguindo as diretrizes do governo Lula, considera as câmeras no fardamento dos policiais um avanço em termos de segurança jurídica das operações, tanto porque garante transparência às ocorrências, quanto porque assegura, aos bons policiais, plenas condições de exercício do direito de defesa e de sustentação dos seus relatos nos casos em que atuam.
Através de ações de apoio às comunidades e fortalecimento das políticas de juventude, a SJDH tem investido no Programa Bahia Pela Paz, que prevê medidas de apoio psicológico e socioassistencial aos jovens e às famílias das comunidades vitimadas pelo impacto da violência. Medidas como esta devem contribuir para fortalecer os vínculos comunitários, promover cidadania, participação popular e construir uma cultura de paz.
O desafio da segurança pública é uma tarefa de todos e pressupõe permanentes aprimoramentos.”
Fonte: Notícias da Bahia Foto: Divulgação
