A Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) disponibilizou o Mapa de Áreas Susceptíveis à Desertificação (ASD) do estado, já acessível na Mapoteca Digital da plataforma SEIGeo. O material é uma ferramenta estratégica para monitorar a degradação ambiental no território baiano, prever cenários e subsidiar decisões sobre medidas preventivas e mitigadoras.
O mapa foi elaborado com base em dados meteorológicos do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), referentes ao período de 1990 a 2020. Os dados integram o Balanço Hídrico Climatológico e o Índice de Aridez (IA), publicados recentemente pela SEI e calculados a partir da metodologia de Thornthwaite (1948). Quanto menor o IA, maior a aridez e, consequentemente, a suscetibilidade à desertificação.
Ao analisar o mapa, observa-se uma área na cor laranja na parte central do estado, no sentido do percurso do Rio São Francisco, e que se espalha na parte norte, onde o índice de aridez (entre 0,13 e 0,50) demonstra alta suscetibilidade à desertificação e retrata as áreas áridas e semiáridas do estado. Nas bordas, em cores mais suaves aparecem os trechos com média susceptibilidade. Já a região litorânea e o oeste do estado, em azul no mapa, apresentam baixa (IA entre 0,66 e 1,0) ou muito baixa (IA acima de 1,0) suscetibilidade. Clique aqui para visualizar o mapa.
Essas áreas mais vulneráveis enfrentam restrições hídricas e eventos climáticos extremos, como secas e enchentes cíclicas, que se tornam cada vez mais frequentes e intensos, comprometendo a sobrevivência das populações locais.
Segundo a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD), o fenômeno resulta da degradação da terra em zonas de clima árido, semiárido e subúmido seco, provocada por variações climáticas e ações humanas.
“As grandes oscilações de temperatura e eventos extremos de secas e chuvas degradam os solos. A supressão da vegetação intensifica esse processo, aumentando a susceptibilidade à desertificação”, explica Anderson Gomes, coordenador de Recursos Naturais e Ambientais da SEI. Ele destaca que práticas insustentáveis de uso da terra e da água agravam o cenário, acelerando as mudanças climáticas e a perda de biodiversidade.
Entre as principais consequências estão a redução da produtividade do solo, com impactos diretos na agricultura e na pecuária — pilares da economia local. A escassez hídrica e o aumento das temperaturas agravam os efeitos sociais e econômicos, afetando a qualidade de vida das comunidades.
Diante do avanço das mudanças climáticas e da pressão sobre os ecossistemas, a identificação das ASD se torna essencial para orientar políticas públicas voltadas à resiliência ambiental, segurança alimentar e sustentabilidade. O mapa é uma ferramenta de planejamento territorial e gestão ambiental, contribuindo para reduzir a vulnerabilidade climática e promover o desenvolvimento sustentável na Bahia.
Por ASCOM-SEI