Beto Falcão, presidente da Cooperfeira, em entrevista ao programa Dia a Dia News, falou sobre o mercado do boi gordo na região de Feira de Santana, que registrou uma leve valorização na última semana. O preço médio da arroba, que era de R$ 275,00, subiu para R$ 280,00, representando um aumento de 0,45% para o produtor.

“O Brasil agora é um grande fornecedor para o Vietnã, um mercado no qual o Brasil não vendia há 15 anos. Esse problema nos Estados Unidos, hoje, afeta o mundo de forma universal. Tudo que acontece no Oriente Médio tem influência aqui no Brasil”, disse.
Fazendo um comparativo com os meses de dezembro e janeiro, quando houve uma queda no preço, Beto afirmou que existem fatores específicos na região de Feira de Santana, como a seca e a peste, que afetam a plantação de capim.
Em relação às expectativas para o mês de abril e os meses seguintes, Beto afirmou:
“Se as chuvas se normalizarem, o boi voltará a subir. Começará a reter o boi no pasto, o que influencia o preço de qualquer coisa. Mas há as questões locais. Por exemplo, hoje estamos com quase 10% de diferença entre o preço do boi de São Paulo e o da Bahia, sendo que o boi da Bahia é tradicionalmente mais caro, pois o estado é autossuficiente. A Bahia não precisa comprar nem vender para outros estados; ela se abastece por si só.”
Acerca do consumidor final, que sente no bolso o aumento do quilo da carne, Falcão afirmou que os produtores se preocupam com o impacto do preço da carne que vai chegar à mesa dos consumidores de baixa renda, pois “não adianta ter boi e não ter quem coma boi”.
“Seria burrice pensar que só come boi quem pode, isso é bobagem. Temos uma preocupação social e também econômica, porque se o boi for para casa de carne e não tiver quem compre, para a gente é prejuízo.”
Questionado, Beto comentou sobre as medidas tomadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump:
“Os Estados Unidos são um grande produtor de carne também. Mas, assim como o Brasil é um grande produtor de petróleo, os Estados Unidos também são e mandamos petróleo para lá e recebe. É isso que eu digo: o mundo é globalizado. Então, não tem nada que a gente não possa levar. Uma das maiores firmas de carne do Brasil, a JBS, também é uma grande produtora de carne nos Estados Unidos.” disse
Acerca da importância da Cooperfeira, Beto respondeu:
“A Cooperfeira é a entidade que tem 800 associados, 300 empregos diretos e mais pelo menos 500 empregos indiretos, porque o frigorífico é uma grande geradora de negócios. No boi, você aproveita o cílio, o chifre, o rabo… no boi, você aproveita tudo, não tem nada que se jogue fora”, concluiu.
Roberto afirmou que, nos meses de janeiro e fevereiro, houve uma queda, pois o mercado consumidor esfriou. “Quando o mercado esfria, a carne fica na câmara frigorífica e não se pode abate, logo que entra um boi, outro sai.”
“Estamos nos recuperando novamente. Esta semana não podemos esperar, o consumo de carne vai aumentar devido à quaresma e à Semana Santa, quando o consumo de peixe e frutos do mar cresce.”
Escrita pela estagiária Fernanda Martins, com informações de Miro Nascimento. Foto: Fernanda Martins